terça-feira, 12 de junho de 2012

O Ensino Pensado em Ciclos - Resenha

        Philippe Perrenoud, é um dos principais pensadores da educação moderna, fala em sua Obra – "Pedagogia Diferenciada: das intenções à ação", como o sistema de ciclos de aprendizagem deveria ser utilizado. De acordo com a própria definição, o autor não é pedagogo, mas um sociólogo que tem interesse pela Pedagogia, e tem como objetivo melhorar a compreensão dos processos educativos. Isto é o que este suíço, nascido em 1944, tem tentado fazer desde meados de 1970, quando começou a pesquisar sobre o fracasso escolar e as desigualdades encontradas na escola.

         Perrenoud é um dos educadores mais conhecidos por suas obras e por suas idéias pioneiras sobre a avaliação em sala de aula e sobre a profissionalização do professor, é autor de vários livros, tais como, "Avaliação – Da excelência à regulação das aprendizagens", "Construir Competências Desde a Escola", "Dez novas Competências para Ensinar". Após o doutorado em Sociologia, o autor começa a se interessar e se dedicar ao trabalho com alunos, às práticas pedagógicas e ao currículo dos estabelecimentos de ensino de Genebra.

         No presente capítulo "Da Dificuldade de Pensar uma Escolaridade sem Graus Anuais" o autor trata dos ciclos de aprendizagem como uma solução para o ensino, sendo que deveria estar sendo aplicado nas escolas para acabar com as desigualdades encontradas nela. O autor afirma que apesar de ser uma etapa necessária, a introdução de tais ciclos de aprendizagem não é uma resposta definitiva para a melhoria do ensino no Brasil.

         O ciclo de aprendizagem, em uma versão mais conservadora, termina, a principio com a reprovação escolar, mas não é suficiente para terminar com as desigualdades encontradas na escola.  Mas uma coisa é certa: não se terminará com as desigualdades, a não ser que a realidade pedagógica seja repensada, e talvez a própria escola.

         Segundo o autor, os ciclos de aprendizagens oferecem novas possibilidades dentro do ensino, mas deve ser analisada sobre o trabalho dos professores e dos alunos, em relação à progressão das aprendizagens e da gestão dos percursos em longa duração.

         A questão da organização pedagógica, normalmente interessa a historiadores, sociólogos, a especialistas em educação, mas também deveria ser interesse daqueles que querem combater o fracasso escolar e reduzir as desigualdades.

Por mais que os sistemas educativos introduzam ciclos de aprendizagem em larga escala, percebe-se que estamos longe do abandono dos graus anuais.  Apesar de vários paises tentarem implantar em suas escolas os ciclos de aprendizagem, as tentativas mais adiantadas de individualização dos percursos não se extinguiram até hoje com os graus, por razões compreensíveis, por medo do novo e das transformações que seriam implantadas na rede de ensino.     O autor cita que a pregnância está além do hábito mental ou da linguagem difícil do desfazer-se. A história nos mostra que a sociedade que é escolarizada está acostumada com o sistema de ensino formado em graus, mas, porém, eles a ignoram, e não acreditam que possa ser construído outro sistema de ensino sobre outras bases.

A concepção de um ciclo como um conjunto de aprendizagens em um grupo multiidade é o que tem mais tem se afastado dos graus tradicionais. Mas o autor diz em sua obra que a noção de "grupo multiidade" está de qualquer forma inserida na realidade escolar, pois todos os alunos dentro de um grupo de aprendizagem estão em faixas etárias diferentes, a não ser aqueles que são nascidos no mesmo dia e na mesma hora, coisa que seria muito difícil de encontrar dentro do mesmo grupo. Sendo que esta "desculpa" para a inserção dos ciclos cairia por terra. Não deveria deixar o direito à diferença instalar-se por meio de uma simples confusão conceitual.

O autor critica a forma como o professor tem conduzido o ensino, não dando tanta importância ao ensino-aprendizagem, que existe muita conversa e pouca ação, obtendo resultados que não são tão satisfatórios para os professores e também para os alunos.

É possível estruturar tempos e espaços de formação, mas não é possível gerir um ciclo de aprendizagem, com um grupo restrito de alunos, transpondo hábitos e habilidades desenvolvidas na escala de um ano de programa. Um ciclo de aprendizagem, ao pretender libertar-se desses limites, pode ser concebido como um espaço-tempo nitidamente mais amplo que um grau. Orientar progressões individualizadas em três ou quatro anos é um problema inédito, que precisa de novas soluções. O espaço-tempo que um ciclo de aprendizagem forma é muito vasto para que se possa formá-lo sem antes estruturá-lo em espaços-tempo mais limitados, a curto prazo.

O autor defende em sua obra algo que está muito longe da realidade vivida nas escolas de nossa sociedade. Seria mesmo possível inserir nas escolas de nosso país ciclos de aprendizagem ao invés do ensino através dos graus anuais?

O autor defende uma idéia que está fora dos padrões com o qual estamos acostumados, seria uma mudança radical nos métodos de ensino, mas quem somos nós para dizer se daria ou não certo. Somente ao tentarmos algo poderemos saber se dará ou não certo, se teremos sucesso ao realizá-lo ou sairíamos fracassados.

A oferta é tentadora, agora cabe a cada educador decidir se apóia ou não a idéia de Perrenoud, seria, com certeza uma revolução no ensino, não somente na classe na qual trabalharíamos, mas também na sociedade escolar que estaríamos inseridos. Mas, infelizmente, não basta boa vontade, o ensino no Brasil tem sido um fracasso, não por causa de professores incompetentes, ou de professores incapazes, mas sim por falta de recursos, por causa da boa vontade sim, mas não de professores, pois existem muitos que dão seu sangue em sua profissão, mas pela falta de vontade do Estado, em tentar ao menos proporcionar as classes menos privilegiadas um ensino digno, o qual todos os brasileiros têm direito.

Enquanto isso não acontece, vamos sonhando com novos métodos, com novas formas de trabalho, com fórmulas mágicas para inovar o ensino no país, tentar mover mundos e fundos para tornar o ensino mais acessível para alunos com dificuldades. Mas deixo claro aqui minha opinião sobre o tema: Não é o método de ensino que irá fazer com que os alunos aprendam mais ou menos, mas sim o empenho não só de professores, mas da sociedade em geral, para proporcionar um ensino nivelado a todos os que necessitam.

Planos de aula - Resgatando brinquedos e brincadeiras de antigamente


Plano de Aula 01– Segunda Feira


Tema: Conhecendo os brinquedos de antigamente


Objetivos: Ampliar o repertório dos brinquedos conhecidos pelas crianças, possibilitando contato com outros brinquedos que não fazem parte de seu dia a dia, permitindo a aprendizagem nas diversas áreas do conhecimento.


Conteúdos: Linguagem oral, expressão corporal.


Metodologia:
Primeiro Momento: Dispor a turma em círculos para que iniciemos nossa aula cantando algumas músicas conhecidas pelas crianças. Realizar a chamada, o calendário e a escolha do ajudante do dia, sorteando uma ficha com o nome de um aluno. Após este momento, conversar com as crianças sobre os brinquedos de hoje e antigamente. Perguntar se conhecem os brinquedos que seus pais e avós costumavam brincar. Apresentar fotos de alguns brinquedos (Ex. Carrinho de rolimã, boneca de pano, gri gri, peteca, bilboquê). Ao apresentar os brinquedos questionar se alguém algum dia já teve contato com um desses brinquedos, através de quem? Solicitar para que em casa realizem uma pesquisa com seus avós, tios, pais, sobre os brinquedos que usavam na sua infância. (As crianças levarão para casa um questionário, para que tenhamos maior resultado da pesquisa que será realizada)



Segundo Momento: Construção de um bilboquê
Vamos iniciar hoje a construção de um bilboquê. Levar o brinquedo para a turma e propor a eles a construção deste, utilizando garrafa pet, E.V.A, tinta e outros materiais.
Devido ao tempo curto, iremos construir o brinquedo com alguns colegas e após atividade de educação física, construiremos com os demais.

Plano de Aula 02– Terça Feira


Tema: Conhecendo os brinquedos de antigamente


Objetivos: Ampliar o repertório dos brinquedos conhecidos pelas crianças, possibilitando contato com outros brinquedos que não fazem parte de seu dia a dia, permitindo a aprendizagem nas diversas áreas do conhecimento.


Conteúdos: Expressão corporal, coordenação motora, linguagem oral.


Metodologia:
Primeiro Momento: Organizar as crianças em uma roda, para iniciarmos nossa aula. Conversar sobre nossa tarde e sobre as atividades que iremos realizar. Chamada: Previamente, esconder as fichas dos nomes das crianças na sala, expor a elas que hoje o a chamada será realizada de uma maneira diferente. Elas deverão procurar as fichas dos colegas na sala e escrever o nome que está na ficha no quadro. Realizar o calendário e a escolha do ajudante do dia, sorteando uma ficha com o nome de um aluno.
Ensaio do teatro e da música da páscoa.


Segundo Momento: Após o lanche, organizar as crianças novamente na rodinha para conversarmos sobre a atividade de hoje. Conversar sobre a atividade que realizamos na aula passada, perguntar se conversaram em casa com a família sobre nosso questionário, enviado na semana passada. Realizar o levantamento da pesquisa feita com a família e analisar quantos brinquedos diferentes (que não conhecemos) aparece na pesquisa. Analisar os dados e contabilizá-los no quadro. (Se for possível, realizaremos posteriormente um gráfico com os dados coletados).
Conversar sobre o brinquedo que construímos na aula passada. Propor a elas que realizemos o registro da atividade. Disponibilizar para as crianças uma folha, onde estará escrito passo a passo como construir um bilboquê. Cada um deverá desenhar seu bilboquê abaixo do texto e decorá-lo com materiais diversos.
Terceiro Momento: Brincadeiras de roda no pátio
Propor a turma que façamos uma roda para brincar com as cantigas preferidas deles. Ensinar as crianças novas cantigas de roda e resgatar as que ainda não conhecem. Estimular as crianças a cantar, desenvolvendo desta forma a expressão corporal e visual.

Plano de Aula 03– Quarta Feira
Tema: Conhecendo os brinquedos de antigamente


Objetivos: Ampliar o repertório dos brinquedos conhecidos pelas crianças, possibilitando contato com outros brinquedos que não fazem parte de seu dia a dia, permitindo a aprendizagem nas diversas áreas do conhecimento.


Conteúdos: Identidade, expressão corporal, linguagem oral.


Metodologia:
Primeiro Momento: Sentar com as crianças no tapete e conversar sobre nossa tarde. Cantar algumas músicas do repertório das crianças. Realizar a chamada e a escolha do ajudante do dia através da brincadeira cabra cega. O ajudante do dia anterior deverá vendar os olhos e sair para pegar um colega. O primeiro colega a ser pego será o ajudante do dia.


Segundo Momento: Conversar com as crianças sobre nossa atividade de hoje. Propor que façamos a mesma pesquisa sobre os brinquedos que fizemos com a família, porém com eles. Cada um deverá contar qual seu brinquedo preferido, onde ele fica na sua casa, como brinca com ele. Fazer um levantamento dos brinquedos preferidos e após propor que cada um desenhe seu brinquedo. As crianças receberão uma folha com sua foto e abaixo de sua foto deverão realizar o registro de seu brinquedo preferido, trabalhando desta forma a identidade e os interesses de cada criança.


Terceiro Momento: Voltar para a sala de aula, após higiene bucal, organizar a sala. Colocar uma música calma para que as crianças se acalmem para a chegada dos pais. Proporcionar um momento de relaxamento, onde as crianças ficarão em duplas e farão massagem umas nas outras com bolinhas de algodão.

Plano de Aula 04 dia– Quinta Feira
Tema: Conhecendo os brinquedos de antigamente


Objetivos: Ampliar o repertório dos brinquedos conhecidos pelas crianças, possibilitando contato com outros brinquedos que não fazem parte de seu dia a dia, permitindo a aprendizagem nas diversas áreas do conhecimento.


Conteúdos: Linguagem oral, noções matemáticas.


Metodologia:
Primeiro Momento: Em roda, realizar a chamada com o alfabeto móvel onde cada um deverá procurar as letras que compõem seu nome e escrevê-lo podendo contar com o auxílio dos colegas, ampliando assim seus conhecimentos acerca do mundo letrado. Realizar o sorteio do ajudante do dia, que nos ajudará com o calendário do dia de hoje.


Segundo Momento: Utilizando as imagens dos brinquedos que usamos durante a semana, perguntar as crianças qual daqueles brinquedos eles gostariam de construir. Fazer uma votação para ver qual o brinquedo mais votado, explicando que este será o próximo brinquedo que iremos construir na próxima semana.
Trabalhar a poesia – Saco de Brinquedos de Carlos Urbim


TODO MUNDO SONHA
COM UM SACO CHEIO
PRA BRINCAR NO RECREIO
SE O SONHO ACONTECE
ACORDA A LEMBRANÇA
DE CADA CRIANÇA
SE O MEU É PEQUENO
O TEU É MAIOR!
CADA UM PÕE NO SACO
O QUE ACHA MELHOR!


Terceiro Momento: Explorar a leitura da poesia, conversar com as crianças sobre o que ela fala. Realizar o registro da poesia através de desenhos com materiais diversos.


Plano de Aula 05 dia– Sexta Feira


Tema: Conhecendo os brinquedos de antigamente


Objetivos: Ampliar o repertório dos brinquedos conhecidos pelas crianças, possibilitando contato com outros brinquedos que não fazem parte de seu dia a dia, permitindo a aprendizagem nas diversas áreas do conhecimento.


Conteúdos:
Primeiro Momento: Iniciar nosso dia fazendo combinados sobre nossas atividades e o que iremos realizar no dia de hoje; Será solicitado ao ajudante do dia anterior que sorteie um colega para que seja nosso ajudante de hoje e para que nos ajude com a montagem do calendário e chamada, proporcionando um momento de interação entre as crianças, onde todos poderão colaborar com a construção da data e da chamada.


Segundo Momento: - Dia do brinquedo: interagir e socializar com os colegas os brinquedos trazidos de casa em um momento de brincadeiras, oportunizando um momento onde as crianças poderão ir para o mundo da imaginação, criar e re-criar, realizando também troca de saberes entre eles.


Terceiro Momento: - Hoje iremos escrever uma cartinha para um colega. Cada criança deverá fazer um desenho para um colega, após, o ajudante do dia passará uma caixinha com os nomes dos colegas presentes, cada criança deverá retirar um nome, o nome que for retirado, deverá receber a carta feita pelo colega que o sorteou, tralhando e estimulando desta forma, o convívio com todos os colegas.


Quarto Momento: Brincadeiras no pátio com os brinquedos trazidos de casa.